Cibele acreditava que se ouvisse o Universo, ele lhe retribuiria de alguma forma, mas também relacionava sua sorte ao seu par de tênis verdes.
Se a semana começasse atravancada, era vestí-los e tudo fluiria bem até sexta-feira.
Naquela sexta-feira não foi diferente: seu chefe elogiara seu serviço, teve seu almoço pago por um colega, sua nota na prova final fora a máxima e ainda pode se presentear com um novo corte de cabelo, pago com o dinheiro que achou na rua.
Agradeceu ao Universo pela enxurrada de boa sorte.
Não percebeu que sua carona seguia para um caminho diferente, e nem que aquele não era o carro, nem o motorista do aplicativo.
Cibele foi achada treze semanas depois, vestindo apenas seus tênis verdes.
O assassino quis mantê-los, pois acreditou que era um sinal de sorte pela sua sétima vítima.